VI Bienal

O tempo no umbigo do homem, a música na alma e as humanidades possíveis

O tempo no umbigo do homem, a música na alma e as humanidades possíveis

Gravura e arte: Gal Oppido

CENTRO (MÁRIO MARTINEZ/RENAN BARBOSA)

O TEMPO NO UMBIGO DO HOMEM

O HOMEM NO UMBIGO DO TEMPO

O HOMEM NO CENTRO DO MUNDO

O HOMEM NO MEIO DE TUDO

O HOMEM NO CLARO DO TÚNEL

O HOMEM NO FUNDO DO FUNDO

O TEMPO NO UMBIGO DO HOMEM

O HOMEM NO UMBIGO DO TEMPO

HUMANO, DEMASIADO INSANO

COGITA E LOGO RESISTE

HUMANO, DEMASIADO INSANO

COGITA E LOGO RESISTE

RUPESTRE O FOGO QUE CONSOME

RUPESTRE O FOGO QUE CONSOME

O TEMPO DA IDEIA NO HOMEM

NO HOMEM A IDEIA DO TEMPO

“Sou um homem comum, qualquer um, enganando entre a dor e o prazer”, e tenho claramente problemas com a passagem do tempo. Não com a inevitabilidade do envelhecer, mas com o dia/vida que nunca são suficientes para realizar tudo que gostaria. A sensação é de que estou sempre devendo à vida, ao tempo. Tudo isso se agrava porque sou, também, um procrastinador. Angustio-me por não saber o que devo buscar ativamente e o que devo deixar por conta do imponderável. Sentar-me para compor, diariamente, como um exercício, ou esperar que a inspiração faça uma súbita visita? Planejar minha rotina e me apegar aos meus traços obsessivo-compulsivos, ou abandonar as preocupações e me abrir às surpresas do acaso? 

Também me causa espanto que, por mais que os séculos se sucedam, os homens continuem presos às mesmas vicissitudes (maravilhosas umas e mesquinhas outras): sexo, poder, comida, ganância, neuroses, guerras e competições, a busca do amor, o confronto com a inevitabilidade da morte…

É como se ainda carregássemos dentro do nosso mundo interno o homem das cavernas, correndo atrás do fogo, num eterno retorno das mesmas questões primitivas, paixões e neuroses. “Cogita e logo resiste”:  o homem que procrastina, que titubeia, que duvida de si e do outro, que foge, que renuncia aos seus sonhos e desejos, por medo. 

O umbigo se me afigura o centro de todas essas questões: o homem com uma vida que não sabe por que foi lhe dada nem o que fazer com ela, julgando-se o ser mais importante do planeta, mas destruindo, sem piedade, seu habitat; a imensidão do universo, no qual a vida humana representa tão ínfima parcela.

A metáfora do “umbigo”, numa canção em que nossas disposições ancestrais são mencionadas, me veio também pela letra de “José”, de Caetano Veloso (meu artista preferido e o que mais me influencia): “estou no fundo do poço/meu grito lixa o céu seco”; (…)” o poço é escuro/ mas o Egito resplandece, no meu umbigo, e o sinal que vejo é esse” …

Sou particularmente fã de um texto de Freud, “A significação antitética das palavras primitivas” (1910), no qual, discorrendo sobre um artigo do filólogo Karl Abreu, ele chama a atenção para a possibilidade de uma palavra conter em si mesma o seu oposto, e nos remete a uma outra época, na aurora da linguagem humana, em que um mesmo “ideograma” ou vocábulo representava estados opostos, como claro/escuro, dia/noite. E de como o inconsciente usa esse artifício para reunir opostos num mesmo símbolo, principalmente na construção dos sonhos. A combinação de contrários operando como substrato da linguagem e dos fenômenos psíquicos. 

Foram essas, basicamente, as imagens que me ocorreram quando criei a letra da canção “Centro”. A melodia foi composta por Mário Martinez, músico, professor e poeta, com quem tenho uma profícua parceria musical e de amizade, há mais de 25 anos. Nessa canção encontra-se o verso “Humano, demasiado insano”, que dá título ao último EP que lancei.

Por “insano” leia-se esses tempos estranhos que atravessamos, de fanáticos, mitos, ódios, fake news, pós-verdades e terraplanismos. Mas, se pensarmos que a escuridão contém a luz, talvez possamos nutrir a esperança. E é a ela que me dirijo em minha caminhada.

Renan Barbosa é médico psiquiatra, cantor e em parceria com Mário Martinez, compositor da música “Centro”, tema da VI Bienal de Psicanálise e Cultura – “Humanidades Possíveis “.

Migrante nordestino, muito anos vivi em Ribeirão Preto, a cidade que me deu régua e compasso para me tornar quem sou. Cheguei médico, para cursar a especialização em Psiquiatria no Hospital das Clínicas da USP, e pretendia me tornar psicanalista. Muitos grupos de estudos, supervisões e seminários depois, fiz outras escolhas, fascinado pela coordenação de grupos operativos na linha de Pichon-Rivière e pela atuação junto a usuários de álcool e drogas. Mas, até hoje, a Psicanálise está embutida no meu modo de enxergar o mundo – e as voltas que ele dá. A carreira musical, iniciada ainda na adolescência, em Campina Grande, completou 34 anos, já.

Eis que, recentemente, uma psicanalista da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Ribeirão Preto me solicita a letra de “Centro”, que ela escutara nas minhas redes sociais. Enviei.

Após alguns dias, ela me conta que submetera a letra e música à apreciação de seus pares, por ter identificado que a canção se adequava ao tema da VI Bienal de Psicanálise e Cultura, que aquela entidade promoverá, de 18 a 20 de maio de 2023, com o tema “Humanidades possíveis”.

Fui convidado a assistir ao evento, a música foi incluída na vinheta de divulgação e também farei um show acústico para os presentes. Senti-me comovido, em regozijo, feliz por voltar à Ribeirão e realizar o sonho de participar da Bienal. A vida, em seus ciclos, às vezes nos mostra que nossos passos mais primitivos tecem nosso futuro ou, como cantavam as ceguinhas de Campina Grande, “a pessoa é para o que nasce”. 

Renan Barbosa é médico psiquiatra, trabalhador do SUS, cantor e compositor e mora em São Paulo.

Suas canções encontram-se em todas as plataformas digitais. 

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Vanderlei de Souza Jr.

Vanderlei tem a Odontologia como sua ocupação profissional e a Fotografia como meio de expressão. Iniciou sua jornada no mundo fotográfico nos primeiros anos da década de 2000 e logo se tornou obcecado com os fundamentos de uma boa foto: iluminação, equilíbrio, composição e uso do espaço. Realizou diversos cursos de técnica e composição fotográfica e se abastece do contato e da experiência com as mais variadas formas de arte e cultura para realizar seu trabalho fotográfico.

Fotografia de rua e fotografia autoral são as áreas que mais lhe atraem e para as quais dedica mais atenção.

Possui fotos aceitas em concursos de fotografia pelo país e recentemente fotografia de sua autoria foi premiada como Destaque da Crítica na 47ª Semana de Arte de Portinari, em Brodowski (SP).

Noemi Jaffe

Noemi Jaffe é escritora, professora de literatura e de escrita e crítica literária. Doutorouse em Literatura Brasileira pela USP. Publicou “O que os cegos estão sonhando” (Ed. 34-2012), “A verdadeira história do alfabeto” (Companhia das Letras – 2012), vencedor do Prêmio Brasília de Literatura em 2014, “Irisz: as orquídeas”(Companhia das Letras – 2015), “Não está mais aqui quem falou”(Companhia das Letras – 2017) e “O que ela sussurra”, entre outros. Desde 2016, mantém o Centro Cultural Literário Escrevedeira, em parceria com Luciana Gerbovic e João Bandeira

Ana Rita Nuti Pontes

Psicanalista. Membro Associado da SBPSP e Membro Efetivo com função didática da SBPRP.

Catharina Conte

Catharina Conte divide nos papéis de atriz, diretora, performer, professora de teatro e filmmaker e se define como Multiartista. Graduou-se em Produção Audiovisual pela PUCRS e concluiu o Bacharelado em Teatro com ênfase em atuação na UFRGS. Seu trabalho COMO SOBREVIVER AO FIM DO MUNDO foi premiado com Melhor Atriz e Direção Revelação Prêmio Açorianos em 2014. Estudou na New York Film Academy, em 2010 em Los Angeles. Em julho de 2016, estudou com Berty Tovias em Barcelona. Em 2016, Catharina dirigiu “CLOSER: o amor é suficiente?” de Patrick Marber, encenado no Sul do Brasil. Em 2018, se mudou para Londres em busca de novas trajetórias artísticas. É colaboradora do grupo LegalAliens Theatre e StoneCrabs Theatre. Dirigiu o show “THE SKY FIVE MINUTES BEFORE A STORM”, da brasileira Silvia Gomez, apresentado recentemente no Southwark Playhouse, em Londres.

Cláudio Laks Eizirik

Analista Didata da Sociedade Psicanalitica de Porto Alegre
Professor Emérito de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Ex Presidente da IPA e da FEPAL
Prêmio Sigourney de Psicanálise, 2011
Autor de trabalhos, capítulos e livros sobre a formação, a prática e as instituições psicanalíticas, o processo de envelhecimento e as relações da psicanálise com a cultura e a psiquiatria.

Eliane Grass Ferreira Nogueira

Psicanalista, membro associado da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre, diretora científica gestão 17/19, membro da diretiva Fepal 21/22, membro fundador e ex-coordenadora do Projeto Ubuntu (Bolsas Formação para colegas negros, negras e indígenas), artigos publicados na Revista Brasileira de Psicanálise, Revista da SBPdePA e da SBPSP e no Observatório Psicanalítico (Febrapsi)

Khadim Ndiaye

Khadim Ndiaye é senegalês, residente no Brasil. Artista da dança, coreógrafo e educador. Apaixonado pelos impulsos criativos do corpo. Formado em dança africana contemporânea e neoclássica na academia de dança Alvin Ailey – Senegal (2015) Khadim começa sua trajetória artística através do teatro. Em 2006 passa a integrar a grande Cia Ballet Silaba, com quem desenvolve as danças tradicionais de Guiné e com quem participa de diversas criações e festivais. Teve formação clássica com o Ballet André Lorenzetti no Senegal. Participou do Festival de Artes Negra junto ao Ballet Nacional do Senegal – La Linguère em 2010. Desde 2012 é integrante da Cia SeneAfrica, direção de Ibrahima Sarr. Premiado em primeiro lugar no concurso Oscar de Vacances (2010 e 2014) Em 2014 participa de sua primeira formação na École des Sables, da consagrada bailarina, coreógrafa e pedagoga Germaine Acogny. Berço da dança africana contemporânea no Senegal, a École des Sables segue até os dias de hoje sendo sua morada de pesquisa e desenvolvimento coreográfico. Co- fundador e coreógrado da Cia Dáll Déllu, conexão Brasil – Senegal, com a qual realizou os espetáculos Amálgama (2020) e LIILA (2021). À partir de 2017 passa a contribuir com Cia’s na Europa e no Brasil, como PARSYIAM (2018) e Ibeu lo (2019)

Lorena Preta

Psicanalista IPA – membro Italian Psychoanalytical Society (SPI)

Lorena Preta é psicanalista italiana, Membro da Italian Psychoanalytical Society (SPI) e da International Psychoanalytical Association (IPA).

Graduou-se em Filosofia na Universidade La Sapienza de Roma com uma tese fora da faculdade em Psiquiatria intitulada Trabalho em grupo nas instituições . 

Diretora da International Research Group Geographies of Psychoanalysis.

Ex Editora-Chefe da Psiche (Journal of Psychoanalysis and Culture of the SPI).

Durante muitos anos foi Consultora Científica e Diretora da Spoletoscienza (Encontros de Ciência e Cultura no “Festival of Two Words” em Spoleto).

Autora de muitas publicações, algumas também publicadas no exterior. As últimas:

Dislocated Subject (2009), The Brutality of Things, Psychic Transformations of Reality (2015), Prendersi Cura (2020).

Marcelo Gleiser

Marcelo Gleiser é um cientista de renome internacional, professor titular de física e astronomia no Dartmouth College, doutorado pelo King’s College de Londres. É autor de mais de 100 artigos especializados e milhares de ensaios, publicados desde o New York Times à revistas infantis. Detentor do Presidential Faculty Fellows Award, dado em 1994 pelo então presidente Bill Clinton, conselheiro geral da Sociedade Americana de Física, vencedor de três prêmios Jabuti, autor de 15 livros com traduções em 17 línguas, presença em diversos documentários e séries de TV no Brasil e no mundo, colunista da Folha de São Paulo de 1997 a 2018, ex-diretor do Instituto de Engajamento Interdisciplinar do Dartmouth College. Marcelo é um dos intelectuais públicos de maior impacto no pensamento contemporâneo brasileiro e mundial.  Em 2019, foi o primeiro latino-americano a vencer o Prêmio Templeton, um dos mais prestigiosos do mundo, dado também à Madre Tereza de Calcutá e Dalai Lama, dentre outros.

Maria Luiza de Araújo Gastal

“Maria Luiza Gastal – Psicanalista da SPBsb, professora assistente do Instituto de Psicanálise Virginia Leone Bicudo, membro do Comitê de Clima da IPA. Bióloga, doutora em Ecologia pela Universidade de Brasília,  professora aposentada da UnB.”

Lattes: http://lattes.cnpq.br/2848198350526854

Mirian Malzyner

Psicóloga, Psicanalista, Membro efetivo e analista didata da SBPSP

Atualmente, membro da Diretoria de Cultura e Comunidade da SBPSP

Coordena seminários clínicos e teóricos sobre Psicanálise e Arte, tendo artigos e capítulos de livros publicados nessa interface.

Desenvolve atividades em Desenho e Ilustração.

Autora e ilustradora de dois livros infantis, publicados pela Editora Estúdio Aspas: “A grande vitória” e “Nara, a menina invisível dos olhos fugitivos”

Nurit Bensusan

Bióloga, Profa. Dra. Pesquisadora do Instituto Socioambiental

MESA – “Um sussurro da Esperança”

A ideia de termos na VI Bienal da Psicanálise e Cultura da SBPRP uma mesa que contemplasse a esperança surgiu a partir do contato com o artigo de Hanna Segal “O silêncio é o verdadeiro crime” (1971). Segal faz referência à Nadedja Mandelstam que foi casada com Óssip Mandelstam, um dos mais importantes poetas russos, que morreu em 1938, faminto e enlouquecido, depois de ter sido perseguido pelo regime stalinista. Seus poemas sobreviveram graças a sua viúva que os sussurrou dia após dia, incansavelmente, a fim de memorizá-los e posteriormente publicá-los.

Na tentativa de nos aproximarmos do sofrimento e das motivações de Nadedja e Óssip, encontramos no livro “O que ela sussurra”, da professora e escritora Noemi Jaffe, uma das palestrantes desta mesa, inspiração para sonharmos o amor, a dor e a luta por um mundo justo e humano. Seguindo nessa direção, o artigo da psicanalista e nossa outra convidada, Miriam Malzyner, “ Sobre Memoriais: a necessidade de lembrar e o desejo de esquecer” traz instigantes questões sobre a elaboração do luto e da necessidade de mantermos viva a memória das experiências vividas. Miriam propõe a construção de memoriais no lugar dos monumentos.  Certamente, será um momento único da VI Bienal. Aguardamos vocês!

Renan Barbosa

UMA TRAJETÓRIA SINGULAR

Já se vão 34 anos desde que Renan Barbosa iniciou sua carreira artística, participando de um festival de MPB com uma canção de sua autoria. Paraibano de Campina Grande, ele passou, desde então, a dividir seu tempo entre duas grandes vocações: a música e a psiquiatria — especialidade médica que ele concluiu em 1993, no Hospital das Clínicas da USP de Ribeirão Preto.

Naquela época, Renan já deixava claro seu caráter múltiplo e singular. E pelo interior paulista levou seus projetos musicais a teatros, casas de shows e unidades do Sesc. Até que, em 2005, mudou-se para a capital paulista, onde reside até hoje.

Na cidade de São Paulo, Renan expandiu as parcerias de criação e se cercou de grandes músicos e produtores, alcançando maior visibilidade e consolidando uma sólida trajetória, sem se desgarrar das raízes nordestinas.

Em 2011, foi o idealizador, produtor e um dos intérpretes do show Os homens de Chico, com foco nos personagens masculinos das canções de Chico Buarque, em três sessões com ingressos esgotados no teatro do Sesc Pompeia.

Em 2012, como integrante do Coletivo Cabeu (ao lado de Adriana Petroni, Mário Martinez e Fabio Cadore), lançou o EP homônimo, com show no SESC São Carlos. Por mais de dois anos, o grupo se reuniu para compor a oito mãos. Renan gravou várias canções do grupo.

Somente em 2014, quando somava 25 anos de trajetória musical, o artista lançou seu primeiro álbum, A voz do agora. O projeto teve direção musical de Dino Barioni, participações especiais de Toninho Ferragutti e Mário Manga, fotografia de Gal Oppido e incluiu composições inéditas de Fred Martins, Francisco Bosco, Alice Ruiz, Mário Martinez, Cassandra Véras, Coletivo Cabeu, entre outros.

Em 2019, gravou o EP Não sou melhor do que tu, no qual incorporou uma estética roqueira, inspirado nos ídolos Cássia Eller e Cazuza. Nesse meio tempo, estreou o show Do desejo, a partir do cancioneiro de Chico Buarque (personagens femininas) e poemas de Hilda Hilst. Com esse show, esteve em palcos de São Paulo e da Paraíba por três anos, não sem dar vazão a outros espetáculos, como Viço, Singularplural, Se todo mundo sambasse seria tão fácil viver, A vida se alarga quando um ponto finda e Passagem da noite.

No ano de 2019, fez uma participação no álbum A babel dos bichos, projeto infantil de Mário Martinez & Adriana Petroni, com a música Tô com a macaca.

No final de 2021, lançou o EP “Humano, demasiado insano”, apresentando músicas que, de alguma forma, refletem os conflitos do ser humano contemporâneo em relação ao tempo, aos seus desejos e ao seu papel no planeta. Tem feito shows em torno do deste EP, com sua banda.

Renata Martelli

Atriz; Arte-educadora; Contadora de Histórias; Performer; Direção Teatro e Cinema-Vídeo; Produtora. 

Bacharel em Cinema-Comunicação (FAAP-SP) /Fundadora do Grupo de Teatro LOS MUCHOS tchá-tchá-tchá (desde 1997) /Atriz em espetáculos teatrais com Grupo Fora do Sério, Cia. Cornucópia de Teatro, Cia. Balaco do Baco, Cia Dalapagarapa./ Participação como atriz e contadora de Histórias na Feira do Livro de Ribeirão Preto: Espetáculos Encerramento com  Duo de Acordeonistas Gilda Montans e Meire Genaro sobre Cora Coralina e sobre Mário de Andrade- SAM 22 e outros/ Espetáculo “O que é que a Carmen Miranda tem?” com Sexteto Colibri- Dir.: André Cruz/ Foi Emilinha  em “As Cantoras do Rádio”; Dir. Renato Grecco/ Performances teatrais e vídeo-arte junto à SBPRP- Sociedade Brasileira de Psicanálise de Ribeirão Preto (SBPRP), participando do  Congresso Internacional de Bion- Ribeirão Preto em 2018 e Espanha -2020. E outros eventos da SBPRP/ Prêmio de Melhor Atriz Festival de Vídeo R.G. do Sul/  Indicação Melhor Atriz  “Romeu  e Julieta”./ Filme: “O Nariz”- com Grupo Fora do Sério- Dir.: Jonas Golfeto/ Professora de Teatro Escola Miró / Biblioteca e Histórias – Escola Semente/ Diversos trabalhos artísticos: SESC; Escolas; Universidades; Festivais e outros.

Vladimir Safatle

Vladimir Safatle, professor titular da Universidade de São Paulo, psicanalista, professor convidado das Universidades de Paris 1, Paris 7, Paris 8, Paris 10, Toulouse, Louvain, Essex e visiting scholar da Universidade de Califórnia- Berkeley. É coordenador do Laboratório de Teoria Social, Filosofia e Psicanálise (Latesfip/USP), autor de vários livros sobre psicanálise, filosofia e política. Um de seus últimos livros ” Neoliberalismo como gestão do sofrimento psíquico” foi finalista do prêmio Jabuti 2022.

Leopoldo Fulgencio

Leopoldo Fulgencio. Professor Associado (Livre-Docente) do Instituto de Psicologia (USP). Autor de O Método Especulativo em Freud (2008, EDUC), Freud e Mach. Influências e Paráfrases (2016, Concern), Por que Winnicott? (2016, Zagodoni) e Psicanálise do SER (2020, EDUSP). Organizador, junto com outros colegas, de Freud na Filosofia Brasileira (2004, Escuta), A Fabricação do Humano (2014, Zagodoni; Prêmio Jabuti de 2015), Amar a si mesmo e amar o outro. Narcisismo e sexualidade na psicanálise (2016, Zagodoni; finalista do Prêmio Jabuti de 2017), A bruxa metapsicologia e seus destinos (Blucher, 2018, onde reúne seus artigos publicados no International Journal of Psychanalysis em seu diálogo com Simanke, Imbasciati e Girard, sobre a metapsicologia), Modalidades de pesquisa em psicanálise: métodos e objetivos (Zagodoni, 2018), Objetivos do tratamento psicanalítico (2020, Concern), Psicanálise do Ser. A Teoria Winnicottiana do Desenvolvimento Emocional como uma Psicologia de Base Fenomenológica (2020, EDUSP-FAPESP). Ex-coordenador do Grupo de Trabalho Psicanálise, Subjetivação e Cultura Contemporânea (de 2014 a 2017) da ANPEPP (Associação Nacional de Pós-Graduação em Psicologia); ex-coordenador do Grupo de Trabalho Filosofia e Psicanálise (de 2004 a 2006) da ANPOF (Associação Nacional de Pós-Graduação em Psicologia; Editor da Revista de Filosofia e Psicanálise Natureza Humana (de 2006 a 2009). Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Aprendizagem e do Desenvolvimento Humano do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.

ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5730-7626

Email: lfulgencio@usp.br

Ligiana Costa

Ligiana Costa é brasiliense, nascida em São Paulo. Estudou canto lírico na UnB e fez especialização em canto barroco em Haia, na Holanda. De lá, seguiu para a Itália onde concluiu mestrado em filologia musical da renascença e idade média em Cremona e depois para a França, onde fez doutorado sobre ópera barroca junto ao Centro De Estudos da Renascença de Tours em co-orientação com a Universidade de Milão (Itália). Nesta época começou a cantar música brasileira e, logo em seguida, descobriu o gosto pela composição. Fez diversos shows na França e na Itália cantando sambas até que, depois de dez anos de velho mundo, retornou ao Brasil e lançou seu primeiro disco, De amor e Mar, gravado entre São Paulo, Paris e Brasília. Com este trabalho se apresentou em palcos diversos (de Dakar à Garanhuns, da Bulgária a Brasília). Em 2013 Ligiana lançou o disco Floresta, produzido e arranjado pelo maestro Letieres Leite e gravado em Salvador. Desde 2015 Ligiana vem se dedicando ao seu duo de música eletrônica barroca, NU (Naked Universe), em parceria com Edson Secco. NU já circulou pelo Brasil, Estados Unidos e Europa e tem dois discos lançados, o mais recente é Atlântica (2019). Ligiana assinou o programa diário matinal da rádio Cultura FM com enfoque na música clássica e cruzamentos e tem publicado livros ligados aos estudos musicológicos pela editora da Unesp e ministrado cursos sobre ópera e de voz pelo Brasil. Concluiu recentemente pós doutorado pela USP e publicou pela EDUSP o resultado de sua pesquisa, O Corego, premiado com o Prêmio Flaiano (2018) na Itália. Ligiana apresenta e dirige o podcast do Theatro Municipal de São Paulo e também é membro do comitê curatorial da temporada do teatro. Lançou em 2020 o disco EVA, produzido por Dan Maia e inteiramente vocal. Vem se apresentando com este trabalho e foi a única artista brasileira a se apresentar no prestigioso Namm’s Global Livestream Show em 2021. Em 2022 apresentará no Theatro São Pedro de São Paulo seu projeto operístico com produção musical de Dan Maia e Gilberto Monte contemplado pelo Proac.

MESA – “Uma possível pulsão de humanidade”

“UMA POSSÍVEL PULSÃO DE HUMANIDADE” é o tema da mesa da Abertura da VI Bienal de Psicanálise e Cultura da SBPRP.

As psicanalistas Lorena Preta (SPI) e Ana Rita Nuti Pontes (SBPRP), interessadas nos estudos das relações do homem consigo mesmo e com a cultura, nos apresentarão reflexões sobre a possiblidade da existência de uma pulsão de humanidade.

A ideia do ser humano como resultado da aculturação, na qual o inumano era colocado à margem da sua constituição, foi revista a partir dos trabalhos de Freud sobre as manifestações da pulsão de morte. A desumanidade, assim como a inumanidade, passa a ser considerada parte da humanidade de cada um de nós.

Em trabalho recente Ana Rita enfatiza a importância de Eros: “Na esperança de que um diálogo seja realmente eficaz para livrar a humanidade do terrível pesadelo de uma guerra, o diálogo é uma arma poderosa quando aliado à escuta”. Lorena Preta questiona se estamos evoluindo enquanto sociedade ou se estamos criando um aparato tecnológico que, na verdade, acaba por nos afastar do humano que existe em nós.

Podemos pensar ou não na existência de uma pulsão de humanidade na sociedade ocidental moderna?

É com essa temática instigante e incomodativa que abriremos as atividades da VI Bienal.

Contamos com a participação de vocês!

MESA – “Novas considerações sobre a Pulsão de Morte”

Quando Freud formula o conceito de pulsão de morte em 1920, profundas mudanças recaem sobre a psicanálise, alterando a trajetória da compreensão sobre a mente humana, agora apresentada com outra faceta, a da destrutividade e da violência. Contudo, no entrelaçamento destas duas pulsões, teríamos a vida viva, pulsante. Tânatos e Eros fusionadas permitem a sobrevivência do indivíduo e da espécie humana: unir e destruir e unir novamente, a agressão promovendo a vida, desafiando a criatividade e tirando o humano da inércia, em um jogo de forças complexo e permanente.

Como pensar a condição humana, que traz em si vida e morte,  neste momento de tantas crises? Para refletir sobre estes aspectos tão fundamentais que se apresentam nas ações humanas dando forma a múltiplas realidades, contaremos com a presença de:

Leopoldo Fulgêncio, psicólogo, Prof. Dr. USP – São Paulo – Brasil

Wladimir Safatle, filósofo, Prof. Dr. USP – São Paulo – Brasil

MESA – “Humanidades Silenciadas”

A mesa Humanidades Silenciadas propõe-se a discutir o pensamento e os mecanismos que levaram à condição de invisibilidade e silenciamento das obras culturais de homens e mulheres negras na sociedade brasileira desde o século XIX até os dias atuais. Como extensão do tema, traz a apresentação de psicanalistas de Sociedades, envolvidas com programas de ação afirmativa para promover a equidade racial na instituição psicanalítica.

Participam desta mesa a Profª Ana Flavia Magalhães Pinto, historiadora e docente da UnB e as Psicanalista Eliane Nogueira, Membro da SBPdePA – IPA e Josiane Barbosa, Membro da SBPRP – IPA.

MESA – “As humanidades possíveis e o planeta Terra”

“As humanidades possíveis e o planeta Terra” – Maria Luiza Gastal – psicanalista da SPBsb-IPA (Brasília/Brasil) e Nurit Bensusan – bióloga, Profa. Dra. Instituto Humanitas Unisinos (Brasília/Brasil). Ao propor um diálogo entre uma ambientalista e uma psicanalista, esta mesa pretende discutir as relações do ser humano com o meio ambiente. Freud, mesmo em toda sua genialidade, era também um homem de seu tempo, de uma cultura que considerava o Homem um ser superior, senhor da natureza, a quem cabia dominá-la. A contundência, porém, da realidade atual, nos mostra um ser humano ameaçado e ameaçando a existência do nosso planeta. Conceber novas e diferentes formas de relação da espécie humana com seu entorno é uma emergência. Onde e como a psicanálise pode estar implicada nessa nova ótica?

MESA – “Por que, ainda, a Guerra?”

“Por que, ainda, a Guerra? –   Marcelo Gleiser – físico, Prof. Dr. Dartmouth College (online, Hanover/EUA) e Cláudio Eizirik – psicanalista da SPPA-IPA (Porto Alegre/Brasil). Em 1932, Einstein pergunta a Freud “Existe alguma forma de livrar a humanidade da ameaça da guerra?”  A questão que continua ecoando em nossos dias inspira a mesa que propõe um diálogo a respeito da destrutividade humana. A urgência de se explorar a complexidade dessas ações movidas pelo ódio, nos impõe a necessidade de considerar qual o compromisso ético da ciência, da arte, da cultura e da psicanálise frente à constante e inesgotável ameaça de guerra.

Ana Flávia Magalhães Pinto

Professora do Departamento de História – UnB
Coordenadora Regional Centro-Oeste do GT Emancipações e Pós-Abolição – Anpuh
Diretora-Geral do Arquivo Nacional (Brasília/ Brasil)
Integrante da Rede de Historiadoras Negras e Historiadores Negros Colunista Presença Histórica – UOL